VITRIOLUM 5 … continuação…

Julinha caiu na gargalhada diante daquela zombaria. E esta gargalhada foi ótimo para ela. Depois de rir enxergou as coisas com mais clareza.
– Onde é que você está, Julinha ?
– Estou no meu quarto, em frente à cadeira de florizinha.
O mentor desapareceu e Julinha pensou :
– Tenho de andar até a escultura de Brasília.
Não teve dificuldade. E de lá tornou a se lembrar que tinha que andar até a máquina do tempo. Mas diante da máquina de tempo Julinha se esqueceu de novo do que devia fazer porque ficou fascinada pela máquina, desejando se comunicar com ela mesma, na encarnação antiga, e já ia metendo a mão no botão de ligar as eras e contraeras quando viu a florzinha saltar na sua frente dizendo :
– Ahn, ahn !
Julinha levou aquele choque.
– Desculpe, Rosinha. Sei que não devo tocar nesta máquina.
– Onde é que você esta Julinha ?
– Estou no meu quarto, em frente à máquina do tempo.
– Então volta para a escultura de Brasília.
– Pronto, ja cheguei.
– E agora, para onde você deve ir ?
– Para a cadeira de florzinhas.
Junto da cadeira Julinha ficou novamente conciente de que a rosinha era o mentor e este apareceu-lhe outra vez.
– O que é isto ?
– Minha cadeira de florzinhas.
– E isto ?
– A caixa onde guardo minhas lembranças do Planeta das Quatro Estações.
– E isto ?
– A escultura que Daniel fez para mim.
– E aquilo ali ?
– Aquilo é um biombo lindo, estilo antigo, denominado rococó. Mas não sei como ele veio parar aqui. Terei eu o inventado inconscientemente ?
– Não, Julinha. Este biombo é presente meu para você.
– Obrigada, Antonio. Posso ve-lo de mais perto, tocar nele ?
– Daqui a pouco. Me diga primeiro porque é que você está aqui ?
– Porque estou dormindo e fazendo exercicios para aprender com o corpo astral.
– Então o corpo que você esta usando é seu corpo astral ?
– È sim, e eu nunca me dei conta disso. Sempre me pareceu ser o corpo fisico.
– Repare bem no seu corpo astral. Repare em cada orgão. Comece pelo dedos do pé esquerdo e vá depois se vendo todinha. Coloquei um espelho no biombo para que você possa olhar para o seu rosto. Aproxime-se.
Julinha foi-se vendo e se achando bonita. Notou que seu corpo astral era mais leve que o fisico,  mais delicado. Adorou suas mãos, seus olhos, seus cabelos, suas narinas. Tudo tão bem feito, tão delicado.
– E aonde esta seu corpo fisico, Julinha ?
– Deve estar no coxim.
 – E onde esta o coxim ?
– Atrás deste biombo.
– Vamos ve-lo ?
– Vamos.
Julinha estava preparada mas não pôde deixar de ter um choque quando descobriu seu corpo fisico. Sua tendência foi fugir, tremendo de medo, horrorizada. Antonio segurou-a no seus braços.
– Você se espanta tanto com seu corpo fisico como é que quer pesquisar suas antigas reencarnações ?
– Mas nelas eu não tinha este mesmo rosto, e este mesmo corpo agora duplificados.
 – Sente-se sobre o seu corpo fisico, encostando-se nele e deitando-se de modo a encostar a cabeça na cabeça, as mãos nas mãos e os pés nos pés. Por osmose você entrará de novo dentro dele. Mas não desperte, continue dormindo,
Julinha assim fez e novamente tomou posse do seu corpo.
– Agora saia de novo.
– Como ?
– Pense na cadeira de florzinhas, que é o seu ponto de referencia no mundo astral, pois o que você vê com os olhos astrais é um objeto do mundo fisico que, portanto, se transforma em porta para os dois mundos.
Julinha assim o fez e se encontrou diante da cadeira.
– Agora entre no seu corpo.
Com toda a facilidade ela entrou e tornou a sair. Este exercicio foi repetido muitas vezes ate que o mentor se deu por satisfeito.
– Passou nesta prova. Vamos agora ajudar aos outros. Rubinho escolheu como ponto de referencia a coleção de caramujos  dele. Georgia o cabide onde ela guarda aquele chapeuzinho que trouxe do passado e Felix a bola de futebol. Vamos primeiro ajudar a Rubinho. Você se transforma na florzinha de sua cadeira e eu me tranformarei em uma das conchas da coleção dele. È a mesma técnica que a gente usa para as metamorfoses do mundo fisico, só que estas formas astrais são muito mais voluveis. A gente precisa ter muita experiencia e autodominio para estabiliza-las. Por isso me de sua mão. Vou te ajudar, do contrario você só ficara um segundo sob a forma da rosinha.
Antonio e Julinha sairam catando Rubinho. O mentor mandou Julinha fechar os olhos, e ela assim o fez, sempre imaginando que era aquela flor.
– Pode abrir.
Viram Rubinho brincndo com maquinismos antigos. Ligando fios em pilhas eletricas e rodas em eixos.
O mentor repetiu o que fez com Julinha. Tambem ele teve o mesmo choque quando descobriu seu corpo fisico, escondido atrás do biombo, presente do mentor. E assim, conforme lhes fora prometido, os quatro vencedores da prova passaram no exame. Quando terminaram de preparar Felix, o mentor se trasnsformou num escaravelho igual aos do Egito antigo e dando as mãos à rosinha, à concha,  ao chapéu e à bola foi voando com eles pelo mundo astral.
Voavam sobre os jardins daquele abrigo. Viram a aura das flores. Voaram sobre o mar. Viram sereias e ninfas, nadando e cantando. Voaram sobre os quartos dos colegas e os viram dormindo, alguns dentro do corpo fisico, outros em loucas aventuras por esse mundo afora.
De madrugada o mentor mandou que cada um entrasse no seu corpo e que dormisse até a hora do almoço, para descansar e recuperar as energias perdidas no aprendizado. Os outros colegas receberam de manhã a tarefa de fazer novas competições, desta vez de bicicleta voadora e de sky. Os quatro que se classificaram tiveram a mesma iniciação que Julinha, Georgia, Felix e Rubinho.
Estes, como veteranos, acompanharam o mentor sob a forma de rosinha, da bola, da concha e do chapéu.
No fim de cinco diass todos haviam sido iniciados.Então Antonio pediu que voassem dando-lhes as mãos, mas, desta vez com os proprios corpos astrais. E foi uma delicia, melhor do que nadar ou voar com escafandro de asas sensitivas que obdecem ao comando do cerebrro. O corpo astral era muito mais leve e fácil de se locomover.
Antonio levou-os até o Rio Grande do Sul onde eles se maravilharam com a beleza do crepusculo sobre a Lagoa dos Patos.
Iniciara-se para aquele grupo de discipulos a exploração do mundo astral. Teriam muita coisa para ver durante alguns bons pares de anos.
De vez em quando voltavam a usar o pseudonimo dos ses corpos astrais, a rosinha, a bola, o chapéu, a concha e outros objetos escolhidos pelos colegas quando queriam passar despercebidos no confuso brinque-a-brinque do mundo dos sonhos. 
 
FIM.
 
Bom agora você tem um exercicio que pode praticar para realizar uma viagem pelo mundo astral, talvez consiga, talvez não, depende de tu , Boa sorte, e, faça bom uso desta dica.
 
Depois volto, com outra dica, Oriki, aguarde… 

Sobre Umberto Seraphini

Caminho como um lobo solitário, se me dou, é porque encontro em ti um lobo igual.
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